INPE e NASA assinam acordo de cooperação que possibilitará ampliar mapas de erro em sistemas GPS

O Programa de Estudos e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) vem trabalhando junto ao NOAA e a UCAR desde 2013 para estabelecer uma estação de rastreio dos satélites COSMIC 1 e 2. Nesta última terça-feira (dia 30 de junho de 2015), o Ilmo Sr. Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, firmou o acordo em nome do INPE junto a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), em Washington, Estados Unidos. Com esta parceria, o Programa Embrace dá um passo na criação de mapas de Erro do GPS em nível global.

“O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa, na sigla em inglês) firmaram nesta terça-feira (30), em Washington, um acordo para instalar e operar uma estação terrestre, no Brasil, ligada ao Programa da Constelação do Sistema de Observação para Meteorologia, Ionosfera e Clima (Cosmic-2).

A assinatura ocorreu no Departamento de Estado norte-americano, durante almoço oferecido pelo vice-presidente Joe Biden em homenagem à presidenta Dilma Rousseff, por ocasião da visita oficial àquele país.

Segundo o documento, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) se compromete a adquirir, construir, instalar, operar e manter uma estação terrestre compatível com o Cosmic-2, em local a ser definido por consenso entre as duas instituições. A ideia é que a infraestrutura entre em operação pelo menos seis meses antes do primeiro lançamento do programa, previsto para setembro de 2016.

A Noaa deve disponibilizar especificações gerais de funcionamento para o Inpe desenvolver uma estação terrestre adequada aos requisitos do Cosmic-2, além de fornecer dados globais brutos e processados do programa. A instituição norte-americana planeja, ainda, encorajar a Corporação Universitária para Pesquisa Atmosférica (Ucar) e o instituto brasileiro a estabelecerem um acordo relativo a acesso, treinamento, utilização e manutenção do software da iniciativa.

Cosmic-2

O Programa da Constelação do Sistema de Observação para Meteorologia, Ionosfera e Clima é fruto de um acordo entre Instituto Americano em Taiwan (AIT) e o Escritório de Representação Econômica e Cultural do Taipei nos Estados Unidos (Tecro), assinado em maio de 2010, para desenvolver, lançar e operar uma missão de satélites que suceda a primeira edição do Cosmic.

Com a Noaa como representante designada ao programa pelo AIT, o Cosmic-2 tem como principais objetivos aumentar o número de medições globais por rádio ocultação e fazer a transição da missão de demonstração do Cosmic para um sistema global e confiável, apoiando tanto a pesquisa atmosférica como a previsão operacional do tempo. Essa nova constelação busca, de forma continua e uniforme, coletar dados troposféricos e ionosféricos como insumos para previsões de tempo diárias, estudos climáticos e pesquisa espacial.

O Programa se propõe a utilizar uma rede global de estações terrestres para receber os dados brutos da missão dos satélites Cosmic-2 e retransmitir as informações via internet para os centros de processamento do conteúdo.”

Fonte: MCTI

Adicionalmente:

“O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), José Raimundo Coelho, e o administrador da National Aeronautics and Space Administration (Nasa), Charles Bolden, assinaram nesta terça-feira (30), em Washington, nos Estados Unidos (EUA), acordos para ampliar os estudos sobre o clima espacial e global e heliofísica, que estuda a ciência  do Sol. As agências também acertaram cooperações na área de educação.

“Esta parceria envolve um trabalho essencial para entender o nosso planeta e para ajudar a desenvolver os líderes de amanhã”, afirmou Coelho. Os acordos foram firmados durante a viagem da presidenta Dilma Rousseff aos EUA. O administrador da Nasa afirmou estar feliz em “expandir  a relação com um parceiro de longa data”.

O Brasil é o mais novo integrante do Programa de Aprendizagem e Observações Globais em Benefício do Meio Ambiente (Globe, na sigla em inglês), ação de ciência e educação ambiental que reúne estudantes, professores e cientistas para estudar a ciência do meio ambiente. A parceria neste programa tem duração mínima de cinco anos. No Brasil, a AEB será a responsável por coordenar as ações do programa, identificar as escolas que participarão da iniciativa, certificar que os equipamentos de medição estejam calibrados, entre outras iniciativas.

O objetivo do Programa Globe, criado em 1995, é aumentar a consciência de estudantes sobre o meio ambiente e suas interações com o ser humano, além de contribuir para a compreensão científica do planeta. Dados de medições ambientais, imagens ambientais globais, materiais educacionais e softwares serão disponibilizados aos alunos das escolas beneficiadas. O programa formou uma rede internacional de estudantes de ensino primário, médio e secundário de 112 países para estudar questões de meio ambiente, fazer medições e compartilhar dados ambientais com a comunidade científica internacional.

Heliotermia

As agências espaciais acertaram ainda que o Brasil participará de missões que estudam o Sol e os arredores da Terra, tais como a missão Magnetospheric Multiscale Satellites (MMS) e Van Allen Probes. O compartilhamento de dados aumentará os resultados e a produtividade científica para o benefício da heliofísica em geral.

Estágio

Em 18 de junho, a AEB e a Nasa firmaram também uma parceria para aumentar as oportunidades para estudantes brasileiros de graduação e pós-graduação participarem do Programa de Estágio Internacional Nasa. O projeto permitirá a troca de experiência entre alunos dos dois países.

Poderão pleitear o estágio bolsistas de graduação do Ciência sem Fronteiras que já estão em uma universidade norte-americana ou estão prestes a embarcar para o programa. Os alunos devem estar inscritos em um curso das áreas de Engenharia, Desenvolvimento Tecnológico ou similar. Para os pós-graduandos, é necessário que o estudo seja feito nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia ou Matemática.”

Fonte: MCTI e Nasa

Clezio Marcos De Nardin
Gerente Geral do Programa Embrace/INPE

 

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