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Clima Espacial

O programa de Clima Espacial do INPE, entitulado EMBRACE (Estudo e Monitoramento BRAsileiro do Clima Espacial) iniciou suas atividades em 2010 para estudar eventos desde seu início no Sol até seus impactos na Terra, incluindo seus efeitos em sistemas tecnológicos com base no espaço ou no sólo. Este projeto está sendo financiado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia do Brasil e construido com base na capacidade instalada no INPE, a qual inclui cientistas com uma longa tradição e excelência na observação, análises e modelagem de fenômenos solares e solares-terrestres e um arranjo de instrumentos astronômicos e geofísicos distribuidos pelo Brasil de Norte a Sul do equador magnético. Os sensores disponíveis incluem receptores e telescópios solares em rádio-frequencias, instrumentos ópticos e imageadores solares, receptores GNSS, ionosondas, radares VHF, imageadores do céu de grande angular, magnetômetros e detectores de raios cósmicos.

Na região equatorial, ionosfera e termosfera constituem um sistema acoplado com processos eletrodinâmicos e de física de plasmas sendo responsáveis por uma variedade de fenômenos peculiares. Os mais importantes deles são: o sistema de correntes do eletrojato equatorial e suas instabilidades, a anomalia da ionização equatorial, as instabilidades/irregularidades de plasmas da ionosfera noturna (associadas com os eventos de bolhas de plasma). Além disso, eventos de Clima Espacial modificam a ionosfera equatorial de uma forma complexa com resultados ainda não previsíveis. Consequentemente o principal foco do programa será o monitoramento de fenômenos da atmosfera baixa, média e alta e do desenvolvimento de um modelo de previsão da ionosfera equatorial através da assimilaçao de dados, que poderão ajudar a mitigar seus efeitos deletérios sobre as rádio-comunicações e sistemas de navegação.

A importância tecnológica, econômica e social de tais atividades foi reconhecida pelo governo brasileiro numa proposta para fundear o programa no período de 2008-2011. Novos instrumentos serão instalados durante este período permitindo estender nossa atual capacidade de fornecer observações do clima espacial, previsões precisas das condições do clima espacial, e alertas de fenômenos prejudiciais. A expectativa do programa é de estar completamente operacional para o próximo máximo da atividade solar em 2012-2013.