Sala de Exibição do Clima Espacial/INPE-SJC
SOL
Previsor 1: Na semana de 17 a 23 de março, foram registrados 3 flares classe M emitidos a partir da mancha 12297. Houve um buraco coronal (CH 660) no hemisfério sul do disco solar que esteve geoefetivo a partir do dia 19/20 de março. Foi observada uma CME halo direcionada para a Terra, emitida no dia 15/03, associada a um flare classe C. A região 12305 está entrando no disco solar com complexidade beta/gama.
MEIO INTERPLANETÁRIO E MAGNETOSFERA
Previsor 2: Os modelos de previsão alertavam para chegada da CME no dia 18 com um aumento expressivo de densidade. A semana se iniciou com uma troca de setor no dia 15. Em seguida, os dados medidos pelo satélite ACE registraram aumento de velocidade compatível com choque no dia 17, seguido por aumento mais lento da velocidade do vento solar durante os dias 18 e 19, que são compatíveis com a chegada da CME. O campo magnético interplanetário esteve perturbado nos dias 17 e 18, a magnitude do campo magnético total foi de +40 nT, com a componente Bz em torno de -20 nT por cerca de 12 horas em dois períodos. Os detectores de nêutrons registraram um decréscimo no número de contagens em diversas estações de monitoramento ao redor do globo. Nos dias 22 e 23 a velocidade do vento solar apresentou um pequeno acréscimo em decorrência de um buraco coronal. Outra troca de setor foi observada em 22/03. Dados do magnetômetro GOES foram diminuídos a -150 nT por volta das 1200 LT indicando que a magnetopausa foi comprimida expondo o satélite ao campo magnético da magnetosheeth. Os dados do cinturão de radiação, obtidos a partir dos satélites Van Allen Probes, no período 16 a 19 apresentam um decréscimo expressivo no fluxo de elétrons em uma escala temporal rápida em todos os valores de L entre 4 e 6.
TERRA MAGNÉTICA
Previsor 3: A tempestade geomagnética do dia 17 teve início com um impulso súbito na componente H, que nos magnetômetros da rede Embrace foi de até 40 nT. Após a fase inicial, que durou apenas algumas horas, teve início a fase principal, com um queda acentuada na intensidade da componente H. No pico da tempestade (por volta das 0h UT no dia 18) os magnetômetros da rede Embrace registravam intensidade de H com cerca de -320 nT. A partir do dia 18 teve início a fase da recuperação que durou cerca de 6 dias. O índice Ksa máximo foi 7, porém permaneceu por vários períodos oscilando entre G1 e G2, inclusive durante a fase da recuperação. A atividade auroral foi intensa, com o índice AE oscilando entre 500 nT e 2000 nT, observou-se subtempestades ocorrendo em vários períodos, inclusive durante a fase de recuperação. Houve registros de auroras em diversas localidades do hemisfério norte. O índice de atividade planetária Kp máximo foi 8-. O índice Dst no pico da tempestade foi de -228 nT.
TERRA ATMOSFERA
Previsor 4: O aumento de TEC observado no dia 17 é compatível com uma tempestade ionosférica positiva, causada pela penetração de campo elétrico e, associado a isso é observado também a intensificação da crista da anomalia equatorial. No dia referente a fase de recuperação (18), a anomalia equatorial é inibida pelo surgimento do sistema de campos elétricos do dínamo perturbado, que gera um campo elétrico no sentido contrário ao dos dias calmos. Foram registradas cintilações nos dias 16 e 17 até o início da tempestade, a ocorrência da tempestade porém, inibiu a observação de cintilações no horário usual, sendo que esses eventos foram observados próximo do amanhecer (efeito do dínamo perturbado). Os dados de ionogramas apresentam subida da camada F em Cachoeira Paulista e Fortaleza, nesse mesmo período foi observado também camada F3 (as 16h00 hora local). A densidade da camada F no dia 18 foi significativamente maior quando comparada com dia calmo. Foram observadas bolhas de plasma nos dias 16, 18 e 22 na estação de Cariri.