BDA – Brazilian Decimetric Array

O Brazilian Decimetric Array (BDA) é um radio-interferômetro de custo otimizado que emprega técnicas modernas de interferometria dentro da banda rádio (1,2-1,7, 2,8 e 5,6 GHz). As 5 antenas do protótipo, instaladas no INPE-Cachoeira Paulista, já se encontram em operação desde o final de 2004. Trata-se de um imageador rápido (~ 10 imagens por segundo) que em 2007 teve sua Fase-II de desenvolvimento aprovada como Projeto Temático pela FAPESP. Ao final dessa fase, prevista para 2009, 26 antenas de 4 m de diâmetro, distribuídas numa configuração em forma de “T”, com linhas de base de 252 m e 162 m, respectivamente nas direções Leste-Oeste e Sul, estarão fornecendo imagens do Sol na faixa de freqüências citada acima, com uma resolução espacial de até 45 segundos de arco em 5,6 GHz.

No seu formato final, o arranjo será composto de 38 antenas idênticas, distribuídas em linhas de base de cerca de 2km x 1km, respectivamente nas direções Leste-Oeste e Sul, de alta sensibilidade – até ~ 0,1 Jy/feixe para 10 minutos de integração – permitindo resoluções de até 5 segundos de arco em 5,6 GHz. Trata-se do único radio-heliógrafo do hemisfério Sul Ocidental dedicado ao imageamento da atmosfera solar, o qual vai permitir prever o início do disparo de CMEs, partículas energéticas dos “flares” e vento solar. Com as imagens do BDA de regiões ativas, buracos coronais e “flares”, e usando a técnica de tomografia espectral para análise de arcos coronais, será possível fazer a reconstrução 3D dos arcos magnéticos coronais em tempo “real” para o diagnóstico e prognóstico da atividade solar.

Isso será efetuado através do processamento, visualização e análise das imagens solares registradas pelo BDA num sistema computacional de alto desempenho, já em operação, composto de um “cluster” de 32 processadores Xeon de 2.4 GHz, duas estações – uma de administração e outra de acesso – e uma máquina paralela baseada em DSPs (Digital Signal Processors).

Esse sistema já foi testado com sucesso para imagens solares de raios-X do satélite Yohkoh, e devem ser gerados dezenas de Gb/dia de dados. A operação simultânea tanto do BDA quanto do BSS, com resolução temporal de cerca de 10 conjuntos de dados por segundo, nos fornecem espectro e imagem dinâmicos em tempo real dos fenômenos solares que ocorrem na alta cromosfera e baixa coroa com potencial aplicação para anúncios de alertas e nos processos de diagnóstico e prognóstico do Clima Espacial.

Deve ser ressaltado que o caráter operacional de tempo “real” e ininterrupto dos instrumentos exige, como parte de sua infra-estrutura, a conexão a uma rede computacional estável e de alta velocidade, além de um número suficiente de operadores dos instrumentos. Para conexão dos instrumentos, existe a rede Kyatera (FAPESP) que eventualmente poderá ser estabelecida para conectar os vários instrumentos do programa. A viabilidade de uso dessa rede deve ser avaliada e caso não possa ser utilizada uma outra alternativa deverá ser estudada.