Stable Auroral Red arc (SAR) observado na ilha Rei George (62,1°S; 58,4°O), península Antártica

Stable Auroral Red arc (SAR) observado na ilha Rei George (62,1°S; 58,4°O), península Antártica

Cristiano M. Wrasse, Cosme Alexandre O. B. Figueiredo, Hisao Takahashi, Jose Valentin Bageston
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, São José dos Campos, SP, Brazil

Durante a tempestade geomagnética ocorrida entre 27 e 28 de maio de 2017, um Stable Auroral Red arc (SAR) foi observado na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), localizada na ilha Rei George, 62,1°S; 58,4°O (latitude geomagnética: 52,2° S), a cerca de 130 km ao norte da Península Antártica. A ilha localiza-se abaixo da latitude média para a observação de SAR e bem distante da oval auroral (REES e ROBLE, 1975). A Figura 2 apresenta uma imagem da emissão do oxigênio atômico (OI) no comprimento de onda de 630 nm às 03:39 UT. A imagem foi obtida por meio do imageador “all-sky”, pertencente ao EMBRACE, com tempo de integração de 90 segundos. Nesta imagem é observado um arco no centro da imagem que é denominado SAR. O SAR é gerado por meio da colisão entre os elétrons e os átomos de oxigênio na ionosfera, aproximadamente 400 km de altura. Essa é a primeira vez que foi capturada a imagem do SAR no observatório da EACF. O SAR surgiu no campo de visão, ao Sul, às 02:40 UT, noite do dia 28 de maio, e lentamente se moveu em direção ao norte, o SAR saiu do campo de visão às 08:40 UT. Observando a Figura 1, nota-se que há duas estruturas de faixa brilhante alongadas na direção Leste-Oeste, uma é uma faixa estreita no centro da imagem, que é o SAR. A outra estrutura tem o brilho mais acentuado e largo, mas ao Sul da imagem, sugerindo ser uma aurora vermelha. Maiores detalhes podem ser visualizados no vídeo. O SAR apresenta o lado leste com mais brilho do que o lado oeste, sugerindo um gradiente longitudinal do SAR. Mendillo et al. (2016) relatam que existe uma variabilidade espacial e longitudinal do SAR, da mesma forma que é observado na atual observação. Portanto, a presente observação demonstra tais variabilidades temporais e espaciais do SAR. Mais investigações do SAR no observatório da EACF precisam ser realizadas.

Referências:
Mendillo, M., J. Baumgardner, and J. Wroten (2016), SAR arcs we have seen: Evidence for variability in stable auroral red arcs, J. Geophys. Res. Space Physics, 121, 245–262, doi:10.1002/ 2015JA021722.
Rees, M. H., and R. G. Roble (1975), Observations and theory of the formation of stable auroral red arcs, Rev. Geophys. Space Physics, 13, 201–242, doi:10.1029/RG013i001p00201.


Figura 1 – Imagem da emissão do oxigênio atômico em 630 nm obtida por meio do imageador “all-sky” instalado na Estação Antártica Comandante Ferraz referente a noite do dia 28 de maio às 03:39 UT. Nesta imagem é visualizado o SAR, ao centro, e a aurora ao Sul. A imagem é colorida com tons de vermelho artificialmente.

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